Telemedicina, uma área de oportunidades

A pandemia levou ao desenvolvimento de novas modalidades de trabalho e à consequente atenção às necessidades de diferentes áreas. No campo da saúde, um dos principais avanços foi a telemedicina (TM), que, como já mencionamos em outra ocasião, tem um enorme potencial. Neste artigo, apresentaremos alguns dados interessantes sobre as diferentes modalidades de telemedicina e sua inserção e evolução na América Latina.

A telemedicina é um tema que começou a ser discutido nos principais fóruns internacionais de saúde em 2003 e, de lá para cá, foram registrados grandes avanços. Mas os dados mostram que esse setor da indústria, que integrará a atenção primária à saúde em um futuro próximo, ainda oferece um enorme potencial de desenvolvimento. De acordo com um relatório da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), uma história de sucesso é o Programa Telessaúde Brasil, que oferece a profissionais da atenção básica de saúde uma segunda opinião, por meio de teleconsultas/teleinterconsultas, e mostrou que, para cada duas teleconsultas oferecidas, um paciente não é encaminhado para outros serviços. Segundo dados do programa, em média, 60% das teleconsultas levaram a uma mudança na abordagem inicialmente planejada, reduzindo custos, principalmente com o tratamento fora de casa, e resultando em uma maior resolução de casos.

Desde 2015, a GHI conta com o banco de dados HospiScope, que coleta informações sobre a base instalada dos hospitais de 17 países da América Latina. Esses dados nos permitem realizar diversas análises sobre a evolução dos indicadores demográficos, equipamentos hospitalares, leitos, especialidades médicas, profissionais médicos, sistemas de informação e tipo de atendimento, entre outros aspectos. Na esteira da pandemia, começamos a coletar dados sobre telemedicina e a classificamos em quatro categorias principais:

  1. Participação na telemedicina, quando o hospital possui um programa de TM.
  2. Centro de telemedicina, quando existe um centro especializado com especialistas aos quais os hospitais se conectam, como centros de excelência em outras disciplinas.
  3. Monitoramento médico (TM spoke), quando o hospital possui um sistema conectado ao serviço prestado pelo centro de telemedicina no qual se encontram os especialistas.
  4. Telemedicina internacional, quando o hospital participa da TM internacional

O estudo foi realizado em 17 países da América Latina entre 2018 e 2021 e oferece alguns dados relevantes.

Cerca de 15% dos hospitais que integram a pesquisa contam com um programa de telemedicina, 9% estão ligados a um centro de MT, apenas 6% prestam esse serviço aos pacientes por meio de um sistema de monitoramento médico e 1% participa da rede internacional de TM. Esses dados não variaram entre 2020 e 2021.

Analisando os dados dos hospitais que têm um programa de telemedicina, a participação varia entre 11% e 19%, o que representa um enorme potencial para o desenvolvimento desse serviço. Se examinarmos a fundo os dados mais relevantes, a Colômbia é o país onde a telemedicina está mais desenvolvida, mas o Chile é a única nação que investiu estrategicamente em infraestrutura, capacidade instalada e profissionais especializados em TM, diferenciando-se dos demais países da região.

Em relação à conexão com centros de telemedicina, 38% dos hospitais colombianos contam com esse serviço, enquanto a Argentina, que ocupa a segunda colocação, tem apenas 9% de participação – revelando também uma grande oportunidade de investimento nesse serviço. Verifica-se uma situação semelhante no caso do monitoramento médico: 65% dos hospitais da Colômbia contam com o serviço, seguido do Chile com apenas 9% e da Argentina, México e outros com 3%.

Por fim, vislumbramos uma grande oportunidade no que diz respeito à telemedicina internacional, já que o percentual de participação total dos hospitais é de apenas 1%, com Colômbia, Chile e México apresentando uma penetração de 8%, 1% e 0%, respectivamente. A telemedicina é um serviço que veio para ficar, e os dados mostram oportunidades de desenvolvimento tanto em termos de infraestrutura como do serviço que merecem atenção. Na Global Health Intelligence, assumimos o compromisso de trabalhar de forma coordenada para disponibilizar informações de qualidade que auxiliem nossos clientes a tomar as melhores decisões comerciais.

Entre em contato conosco para saber mais como nossa equipe pode conduzir um estudo de mercado para o Brasil ou outro país latino-americano de sua escolha para que você possa ter uma maior compreensão da penetração da telemedicina e onde se encontram as oportunidades mais fortes.

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