Sair forte da pandemia

Juan Carlos Esquivel Aguilar

Uma conversa com Juan Carlos Esquivel Aguilar, diretor do Segmento Intervencionista para a América Latina da Becton Dickinson (BD). Dois anos após o início da pandemia, ele nos conta sobre os desafios e aprendizados da indústria de dispositivos médicos na América Latina e, em particular, da BD.

Além de oferecer observações analíticas sobre eventos ou desafios no setor de saúde, artigos que destacam novas tendências e dados estratégicos sobre equipamentos e dispositivos médicos em hospitais da América Latina, estamos ampliando nossa cobertura por meio da realização de entrevistas com líderes do setor de equipamentos médicos.

Apresentamos a seguir uma entrevista com Juan Carlos Esquivel Aguilar, diretor do Segmento Intervencionista para a América Latina da Becton Dickinson (BD), que nos conta sobre os aprendizados da sua empresa durante a pandemia e outros temas relevantes para os profissionais da indústria.

P: Com mais de 120 anos de atuação no mercado de dispositivos médicos e reconhecida como uma das empresas mais estáveis do mercado, a BD participou de grandes descobertas e avanços tecnológicos ao longo dos anos. Quais foram os desafios enfrentados pela BD durante a pandemia?

R: A BD é uma empresa com longa trajetória no mercado de dispositivos médicos e sempre promovemos o desenvolvimento na indústria, mas desta vez o desafio não foi apenas manter todas as soluções oferecidas, mas lançar um produto que cumprisse todos os requisitos e padrões de qualidade para o diagnóstico rápido (menos de 20 minutos) em menos de seis meses. Para isso, tivemos que desenvolver ações que acompanhassem as necessidades de todo o mundo e disponibilizar testes de Covid em tempo recorde e, ao mesmo tempo, atender às necessidades de nossos colaboradores, principalmente nas unidades de produção, sem deixar de satisfazer as necessidades dos pacientes e clientes. E, acima de tudo, tivemos que pensar em uma estratégia de negócio em meio a um cenário de grande incerteza que todos acreditavam que não duraria mais de 15 dias.

Graças ao nosso grande investimento em P&D, conseguimos lançar no mercado o “BD Veritor”, uma máquina para testes rápidos de diagnóstico que vem ajudando a decentralizar a assistência médica, abrindo espaço nos hospitais para casos graves.

P: Quais foram os aprendizados da BD nos últimos dois anos?

R: A tecnologia passou por nós sem que percebêssemos. Passaporte Covid, informações de bancos de dados em tempo real, estratégias de vendas e comunicação com clientes por videochamada e programas de treinamento com dispositivos de realidade virtual que, nos meses anteriores à pandemia, faziam parte de nossos planos para daqui a cinco anos. Essa indústria sempre exigiu muito a presença física, e a impossibilidade de nos movermos nos levou a ser criativos, flexíveis e abertos a novas formas de nos relacionarmos com os clientes e acompanhá-los sem estarmos presentes fisicamente. Essa nova realidade veio para ficar e tem nos obrigado a repensar nossos canais de vendas e toda a nossa estratégia comercial. Por outro lado, aprendemos muito sobre a relação com nossos colaboradores e descobrimos que, graças à flexibilidade, geramos um maior comprometimento como comunidade e podemos acompanhar nossos colaboradores em momentos difíceis sem que isso afete o nosso negócio. Na BD, implementamos com sucesso programas de voluntariado durante a pandemia e continuamos a executá-los porque acreditamos que fazem parte da nossa missão como empresa. Por fim, a pandemia nos ensinou que devemos trabalhar de forma colaborativa com outras empresas do setor e compartilhar informações essenciais para crescer. Aprendemos que a única forma de retomar o crescimento é trabalhando lado a lado e em comunidade e podemos fazer isso mantendo a independência empresarial.

P: Quais estratégias a BD continuará a desenvolver para permanecer entre as cinco principais empresas de dispositivos médicos do mundo?

R: A BD busca constantemente contribuir para a redução da carga de atendimento nos centros de saúde por meio do desenvolvimento de sistemas alternativos cada vez mais eficientes. Ao mesmo tempo que observamos as tendências do setor de saúde, como HomeCare e telemedicina, também concentramos nossos esforços na nossa Estratégia 2025, que busca promover o crescimento da empresa por meio da inovação de categoria, da simplificação do nosso portfólio para continuarmos a ser um parceiro de confiança dos nossos clientes e da capacitação dos nossos talentos, otimizando a tomada de decisões. Dessa forma, esperamos contribuir para que o cuidado com a saúde esteja presente em muitos espaços – onde quer que os pacientes estejam, com um teste e um aplicativo, por exemplo, e contem com a mesma informação que receberiam se fossem a um centro médico. Esse é o futuro da tecnologia aplicada à saúde que ajudará a sociedade a exigir recursos hospitalares apenas em casos de extrema necessidade ou quando for necessária uma ação médica específica, como cirurgias ou aparelhos médicos. Na BD, e essa é uma tendência também na indústria em geral, trabalhamos para que os pacientes sejam cada vez mais independentes e autônomos, apostando na telemedicina, no diagnóstico precoce, nos cuidados de saúde preventivos e no reforço dos processos de autocuidado para evitar que cheguem ao hospital em condições de extrema necessidade. Essa abordagem permitirá otimizar o atendimento, melhorar os resultados hospitalares e controlar melhor os custos com saúde pública.

Por último, estamos trabalhando com afinco na análise dos dados disponíveis e na geração de novos dados que nos ajudem a tomar decisões com base em informações de qualidade.

Próximos passos

Entre em contato conosco para saber mais sobre como podemos fornecer os dados essenciais de que sua empresa precisa para identificar novas oportunidades de vendas, superar a concorrência e se manter a par do mercado, seja com um estudo personalizado ou por meio de um de nossos serviços.

Nota: A Becton Dickinson (BD) é uma das mais antigas multinacionais da indústria de dispositivos médicos. A empresa tem um terço de suas operações na América Latina e é uma das que mais investe em P&D.

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