EM DESTAQUE | Hospital Universitario Austral: Ênfase no desenvolvimento de soluções inovadoras em prol do cuidado ao paciente

Por Daniela Chueke Perles

Rafael Aragón

Em entrevista exclusiva à equipe do HospiRank, o engenheiro Rafael Aragón – diretor geral do Hospital Universitario Austral – destaca as inovações tecnológicas e de informática que definem esse hospital de excelência na América Latina, acreditado pela Joint Commission International.

 

 

Depois de mais de dois longos anos lidando com a pandemia de Covid-19, o senhor acredita que as coisas estão finalmente melhorando para os hospitais? Por que ou por que não?

A pandemia nos obrigou a alterar o funcionamento do hospital, sobretudo durante o período mais agudo, e tivemos que usar espaços que não foram pensados para pacientes críticos, quando duplicamos a capacidade dessas áreas. Também incorporamos ferramentas para atender os pacientes que não podiam vir ao hospital, como teleconsultas e telemedicina, que tiveram seu momento de maior utilização e indicaram a necessidade de desenvolver novas soluções para o monitoramento remoto de pacientes, com dispositivos como wearables e soluções que permitem o diagnóstico remoto precoce. Esses dispositivos e soluções já estão sendo desenvolvidos e o hospital está empenhado em promover essas novas disciplinas.

Por outro lado, consolidou-se um conselho operacional ampliado, formado por quase uma centena de dirigentes da organização – em um quadro de 3 mil colaboradores –, que permaneceu como metodologia de trabalho. Essa interação estruturada de todas as áreas foi adotada durante a pandemia, quando não podíamos deixar de nos comunicar nas nossas distintas áreas de atuação. Isso enriqueceu um modelo de liderança em que temos mais consciência da importância de trabalharmos juntos em prol de um objetivo comu.

Superados os desafios da pandemia, qual é o maior desafio enfrentado pelo hospital atualmente?

A incorporação de novos medicamentos, abrangendo desde tecnologias médicas a tratamentos, envolve custos muito elevados. Qualquer paciente se sente no direito de dizer “eu tenho direito a receber tratamento”, mas às vezes são tratamentos sem base científica, experimentais e [com] custos excessivamente altos. A legislação atual não promove uma alocação adequada de recursos quando, por exemplo, por decisão judicial, obriga a fornecer a um único paciente um tratamento de um milhão de dólares por mês, talvez sem levar em conta que isso pode deixar 200 mil pessoas sem nenhum tratamento.

O hospital prevê ampliações, reformas ou novas unidades?

Sim. Por ser um hospital universitário, no qual formamos médicos, precisamos aumentar o número de leitos, que atualmente é de 220, para 400. Temos 10 centros cirúrgicos e uma ala obstétrica, com uma sala cirúrgica para cesáreas e duas salas de parto. As ampliações que planejamos são na área de emergências; novos leitos de internação (áreas de internação de pacientes pediátricos críticos, novo andar de internação de adultos, internação de terceiro nível); novo centro cirúrgico ambulatorial; ampliação do hospital-dia com múltiplas especialidades e área para pacientes internacionais; novos centros de atendimento ambulatorial de baixa complexidade na nossa área de influência; atendimento remoto ao paciente; centro de simulação; cirurgia robótica; e centro de planejamento de próteses 3D.

Poderia citar alguns dos principais fatores que levam hospitais como o seu a adquirir novos equipamentos médicos?

A ordem de prioridade é a qualidade do equipamento, seguida do suporte e do serviço técnico. Priorizamos equipamentos que sejam duráveis e cujos fornecedores respondam rapidamente em caso de algum defeito ou avaria. Não podemos ter um aparelho de ressonância magnética parado por três semanas porque não há peça sobressalente na Argentina. Daí a importância de trabalhar com fornecedores que se comprometem a ter um estoque de peças de reposição no país.

Vocês planejam alguma aquisição interessante de novos equipamentos para 2022 e 2023?

Nós renovamos equipamentos de baixa complexidade – como ecocardiógrafos, aparelhos de ultrassom, monitores ou leitos – constantemente por serem equipamentos com uma obsolescência de três a dez anos, devido ao desgaste normal de funcionamento.

Estamos no processo de implementação, seleção e aquisição de diversos sistemas informáticos: prontuários médicos eletrônicos, gestão de documentação, gestão de governança, gestão de leitos, gestão de nutrição Markey, gestão de assistentes hospitalares e planejamento de enfermagem.

Também estamos atualizando equipamentos de alta complexidade, estamos em vias de adquirir um tomógrafo de PET e acabamos de adquirir um aparelho de ressonância magnética e uma câmara gama. No total, essas compras giraram em torno de um milhão e meio de dólares. As marcas que mais usamos são General Electric e Philips, embora haja outras que avaliaremos.

O que a Argentina tem de atrativo para a indústria da saúde no mundo?

Temos uma boa formação humana com um bom nível de equipamentos, mas não estamos na vanguarda: somos um mercado que utiliza aparelhos de ressonância magnética de US$ 700 mil e não modelos de última geração que custam US$ 2 milhões. Acredito, porém, que é um mercado que nos convida a explorar e promover muito mais a inovação. Deveríamos aproveitar o conhecimento médico em tudo o que tem a ver com protocolos de pesquisa, pois somos um país que poderia ser muito mais atrativo em termos de inovação e desenvolvimento.

Sobre o Hospital Universitário Austral

O Hospital Universitário Austral é uma instituição argentina de assistência médica, ensino e pesquisa biomédica. É considerado um dos melhores hospitais da Argentina e é membro da Aliança Latino-Americana de Instituições de Saúde (ALIS), juntamente com outros hospitais líderes da região.

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