Hospital Regional de Concepción Dr. Guillermo Grant Benavente: “O maior hospital de alta complexidade do Chile e um centro piloto para diversas ações”

Por Daniela Chueke Perles

 

Dr. Claudio Baeza AvelloO Hospital Regional de Concepción Dr. Guillermo Grant Benavente (HGGB) é a empresa de saúde pública mais complexa da região de Biobío e a que presta o maior número de serviços à população que atende. O diretor do HGGB, Claudio Baeza Avello, conversou com o HospiRank sobre os desafios relacionados à gestão de um dos hospitais mais bem equipados do Chile.

 

Qual é o principal desafio enfrentado pelo hospital em 2023?

Estamos avançando em nosso esforço para criar todo o portfólio de serviços de saúde de alta complexidade do país. Além de atender a população da região de Biobío, recebemos também pacientes complexos encaminhados do município de Puerto Montt, situado a mais de 500 quilômetros de distância. Estamos trabalhando para ampliar o atendimento a patologias de alta complexidade e estamos transformando o hospital: atualmente atendemos patologias cardíacas, urológicas e pediátricas de alta complexidade. Como somos o principal centro de referência da região de Biobío no atendimento dessas patologias, recebemos encaminhamentos de outras regiões (Ñuble, Araucanía e, em alguns casos, Santiago).

Seu hospital vem figurando entre os mais bem equipados do país. Poderia nos dizer quais são alguns dos principais tipos de equipamentos médicos que o hospital precisa adquirir ou substituir com frequência?

Dispomos de equipamentos modernos de alta complexidade e nosso orçamento para a reposição de equipamentos este ano é de quase US$ 6 bilhões de pesos chilenos, o que equivale a 7,8 milhões de dólares. Temos avançado no processo de reposição de tecnologias de ponta, principalmente em especialidades mais complexas como a de cirurgia cardiovascular. Estamos progredindo em nossos projetos de fortalecimento interinstitucional, como a coordenação que temos com o hospital Las Higueras para a substituição do acelerador linear. Temos também um projeto local muito interessante, que é a substituição do scanner da unidade de diagnóstico por imagem. Pretendemos ainda substituir o microscópio intraoperatório para o serviço de neurocirurgia com o objetivo de ampliar nosso desenvolvimento nessa especialidade.

O hospital prevê ampliações, reformas ou novas unidades?

A substituição do scanner e do aparelho de ressonância magnética exige readequações, que estão contempladas nos projetos de aquisição. Estamos avançando principalmente no projeto de reposições. Na nossa unidade de internação, fundada em 1943, temos dois projetos de melhoria de infraestrutura em diferentes estágios de licitação e execução: o primeiro nos permitirá ter 100% dos leitos com suas três linhas de gás (ar, oxigênio e aspiração) e o segundo consiste na instalação de divisórias sanitárias em cada cômodo para melhorar o padrão e a qualidade do atendimento.

Em relação à escolha de uma marca, fornecedor ou tipo de equipamento ou aparelho, como se dá o processo decisório e que fatores são priorizados no momento da decisão?

Não temos marcas preferidas nem processos definidos, mas priorizamos que os equipamentos cumpram as características específicas detalhadas pelos especialistas nas especificações técnicas que estabelecemos nas licitações em que os fornecedores participam. O que valorizamos é que os equipamentos cumpram todas as características que definimos e que o serviço de pós-venda seja adequado – ou seja, as assistências, a rápida manutenção e o treinamento que recebemos para operar os equipamentos.

Que desafios o hospital enfrenta neste momento? 

Eu diria que temos três grandes desafios. O primeiro é cuidar das patologias complexas do sul do Chile na área de cardiologia, pediatria e obstetrícia e desenvolver um portfólio de serviços que consiga atender toda a demanda. O segundo desafio é fazer parte da rede de assistência médica da região do Biobío e, junto com ela, contribuir para o processo de desenvolvimento dos demais hospitais da rede.

Outro desafio importante é eliminar a lista de espera que temos na nossa região: são 40 mil pessoas que aguardam atendimento especializado e cerca de 10 mil pessoas à espera de uma cirurgia. Portanto, precisamos fortalecer os processos cirúrgicos e ampliar o tempo disponível nas salas de cirurgia para poder operar nossos pacientes e oferecer a eles cuidados especializados. E um terceiro desafio é atualizar e aprimorar a infraestrutura que temos em um hospital cuja infraestrutura, ou parte dela, é bastante antiga e precisa ser modernizada para que possa gerar processos.

Que recomendação o senhor daria aos fornecedores, à indústria farmacêutica ou às universidades em relação às necessidades do hospital?

Hoje em dia a tecnologia vem avançando muito no campo da saúde. Temos novos processos, cirurgias robóticas e os equipamentos se tornarão cada vez mais específicos. Estamos dispostos a saber o que as empresas que impulsionam esses avanços querem nos mostrar, porque sabemos que, ao trabalhar com elas, podemos melhorar não só os desfechos dos pacientes, mas também a qualidade do atendimento dos pacientes tratados no nosso hospital. Estamos dispostos a gerar inovação, a gerar desenvolvimento e a participar com eles.

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