O mercado hospitalar no Brasil em tempos recentes
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima uma média de 2 leitos hospitalares por 1.000
habitantes na América Latina e Caribe. No Brasil, cuja população é estimada em 214 milhões, a média nacional está em torno de 1,99 leito por 1.000 habitantes, apresentando uma queda em relação a 2010, quando a relação era de 2,23 (dados da Confederação Nacional de Saúde).
É importante destacar uma estatística ainda mais acentuada: o mercado hospitalar brasileiro, de modo geral, encolheu – a quantidade de hospitais caiu de 7.488 em 2022 para 6.518 em 2024; e a quantidade de leitos passou de 461.878 para 380.329 no mesmo período. Só no Sistema Único de Saúde (SUS), em 13 anos, o Brasil perdeu 25 mil leitos de internação, de acordo com levantamento do Conselho Federal de Medicina.
Parte desse cenário pode ser explicada pela redução dos casos graves de COVID-19, embora o país tenha enfrentado uma epidemia de dengue em 2024, com uma grande demanda de internações.
Além disso, considerando a extensa e diversa geografia do país, a distribuição continua desigual. A maior parte dos hospitais, sobretudo os privados, se concentram principalmente na região Sudeste, especialmente em São Paulo e Minas Gerais, segundo levantamento da Confederação Nacional de Saúde. Curiosamente, hospitais privados predominam em municípios muito populosos (com mais de 500 mil habitantes) e fora das capitais. São hospitais gerais de até 50 leitos, e a maioria tem vínculo com o SUS.
Por outro lado, o mercado hospitalar brasileiro apresenta cada vez mais inovação, serviços segmentados, recursos e equipamentos de alta tecnologia, tanto no sistema público como no privado, garantindo atendimentos mais eficientes, precisos e com índices mais altos de desfecho positivo.
Infraestrutura hospitalar no Brasil em 2024*
O Brasil contabiliza 6.518 hospitais em 2024
Sendo 38% públicos e 62% privados.
No total, o país conta com 380.329 leitos hospitalares e 29.309 salas de cirurgia
*Fonte: MedTech Outlook: Latin America 2024
Expansão no território brasileiro
A seguir, listamos cinco hospitais das redes pública e privada inaugurados ou ampliados recentemente no país.
Rede Placi
Brasília, DF
Em março de 2014, Brasília ganhou seu primeiro hospital de transição, de cuidados após intervenções cirúrgicas e internações intensivas prolongadas. A Rede Placi da capital federal é o primeiro hospital da rede a operar fora do estado do Rio de Janeiro, onde atua desde 2013. A estrutura conta com 88 leitos e espaços para o cuidado e reabilitação de pacientes sob cuidados de profissionais 24h por dia. São 225 profissionais da saúde na equipe interdisciplinar, entre médicos, enfermeiros, fonoaudiólogos, psicólogos, entre outras especialidades. A unidade ocupa cerca de metade do Neo Life Centro Integrado de Saúde, próximo ao Hospital Brasília.
Hospital Municipal de Magé
Magé, RJ
Inaugurado em fevereiro de 2024, o Hospital Municipal de Magé ampliou a oferta de serviços médicos na saúde pública, disponibilizando 62 leitos – destes, dez são do Centro de Terapia Intensiva (CTI), incluindo um para isolamento. O espaço ainda conta com sete leitos de sala vermelha, dois específicos para traumas, além de oito em sala amarela. O hospital também investiu em equipamentos de ponta para diagnósticos, incluindo tomografia, raio X, endoscopia e colonoscopia. A infraestrutura ainda oferece um centro cirúrgico com duas salas operatórias e uma sala de recuperação anestésica com três leitos, e serviço de pronto atendimento 24 horas para adultos e crianças.
Novo pronto-socorro 60+ Rede São Camilo
São Paulo, SP
Em maio de 2024, a Rede de Hospitais São Camilo inaugurou, em sua unidade no bairro Vila Pompeia, um pronto-socorro 60+, espaço exclusivo para atendimentos de emergência de pessoas com 60 anos ou mais. O local pode ser acessado por todos os pacientes dessa faixa etária que possuem convênios que abrangem consultas no hospital, sem necessidade de cobertura diferenciada. Pensada para atender ao aumento da demanda de pacientes idosos, a ala oferece atendimento com colaboradores treinados para o acolhimento do idoso e para agilizar o processo de internação, com acompanhamento de médicos geriatras. Para garantir mais conforto e segurança a essa população, o ambiente tem pisos claros e sem recortes, facilitando a movimentação, e adota um sistema de fluxo único, no qual todas as etapas do atendimento são realizadas no mesmo lugar, sem necessidade de deslocamentos.
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Hospital Ortopédico do Estado
Salvador, BA
Em março de 2024, a Bahia ganhou o maior hospital estadual em ortopedia e traumatologia do Brasil. Sob gestão da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein, a instituição recebeu R$ 224 milhões em investimentos e oferece 212 leitos, sendo 30 de Terapia Intensiva (UTI). O hospital presta atendimento de serviços ambulatoriais e hospitalares 100% regulados (referenciados pela Central Estadual de Regulação nas situações de Urgência e Emergência e pelo Sistema Lista Única em casos eletivos), com uma expectativa de mais de 290 mil atendimentos por ano, sendo 15 mil cirurgias ortopédicas – o triplo da capacidade atual do estado baiano hoje. São 13 salas cirúrgicas e equipamentos de ressonância magnética, tomografia, ultrassonografia, raio-x e piscina aquecida para fisioterapia aquática. Além disso, a unidade abriga um centro de transplante de tecidos musculoesqueléticos para a região, que apoia a realização de enxertos.
Hospital Estadual de Águas Lindas de Goiás
Águas Lindas de Goiás, GO
Após quase duas décadas em construção, o Hospital Estadual de Águas Lindas de Goiás (Heal) foi inaugurado em junho de 2024. Com 164 leitos e expectativa de beneficiar cerca de 1,2 milhão de pessoas em mais de 30 municípios da região, a unidade recebe encaminhamentos feitos pelo Complexo Regulador Estadual para casos de urgência e emergência. O hospital ainda abriga maternidade, Terapia Intensiva (UTI) exames e serviços de média e alta complexidade, como tomografia, ressonância magnética, raio-X, ultrassom, bancos de sangue e leite e cirurgias.
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