Os procedimentos cirúrgicos mais populares no Brasil
2023 promete ser um ano muito positivo para a saúde dos brasileiros, pois há vários fatores que ajudarão o setor a recuperar o dinamismo observado até 2020.
No último ano, com a pandemia controlada, o mercado brasileiro não só recuperou os mesmos volumes de atendimento anteriores à Covid-19, como passou também a apresentar uma tendência de crescimento contínuo, que seguirá em 2023 com a mudança de governo.
Os 3 fatores que sugerem a expansão do setor de saúde em 2023
Por um lado, os volumes de procedimentos cirúrgicos, que haviam diminuído durante a pandemia, começaram a aumentar em 2021.
Com um total de 18.826.063 procedimentos realizados em 2020, e devido à suspensão das cirurgias eletivas durante a pandemia de Covid-19, o volume de procedimentos cirúrgicos efetivados registrou uma queda de 25,5% em relação ao ano anterior, quando foram feitas 25.277.442 cirurgias. No ano seguinte, o número total de procedimentos cirúrgicos realizados mostrou recuperação e cresceu 16,1%, totalizando 21.874.492 cirurgias – ainda abaixo dos níveis pré-pandemia.
Já em 2022, o ritmo dos atendimentos cirúrgicos foi reestabelecido. Dados preliminares de um levantamento realizado em 2022 com base no SurgiScope mostram que o número de cirurgias realizadas mensalmente pelo Sistema Único de Saúde brasileiro já se aproxima do patamar observado antes da pandemia de Covid-19.
Outro fator que aponta para um maior dinamismo neste ano é o mercado de produtos médico-hospitalares, que cresceu quase 25% nos três primeiros trimestres do ano passado. Além disso, o consumo de produtos de saúde apresentou aumento de quase 5% nos primeiros nove meses do ano.
Um terceiro fator que indica um aumento nos gastos com saúde é a mudança de governo no Brasil. Como observa Guillaume Corpart, CEO da Global Health Intelligence: “O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tomou posse em 1º de janeiro de 2023. Embora seja cedo para tirar conclusões, é possível que o governo Lula amplie o volume de recursos destinados à saúde pública, que haviam sido reduzidos pelos cortes sofridos pelo sistema de saúde pública do Brasil na gestão anterior de Jair Bolsonaro”.
O sistema de saúde Brasileiro
O sistema de saúde brasileiro é composto por um setor público, denominado Sistema Único de Saúde, ou SUS, que oferece atendimento gratuito a 75% da população por meio de serviços próprios e da contratação de serviços privados, e por um setor privado que vem crescendo cada vez mais e oferece assistência médica aos 25% restantes dos brasileiros.
Financiado por meio da arrecadação de impostos, o SUS é um sistema público, universal e gratuito que oferece serviços de saúde a mais de 190 milhões dos 214.326.223 de habitantes do Brasil. Com um gasto anual de 54 bilhões de dólares, o sistema é financiado pelo governo federal e executado por estados e municípios. Foi instituído na Constituição de 1988 após a ditadura militar (1964-1985), com base no modelo britânico de saúde pública, e tem sua implementação regulamentada pela Lei 8.080, promulgada em 1990.
Quais são as cirurgias mais comuns no Brasil?
De acordo com o SurgiScope, esses foram os 10 procedimentos cirúrgicos mais realizados no Brasil em 2021:
- Pequenas cirurgias e cirurgias de pele, tecido subcutâneo e mucosas: 10.325.675
- Cirurgias do sistema musculoesquelético: 1.551.497
- Cirurgias obstétricas: 1.235.756
- Cirurgias do aparelho visual: 1.158.042
- Cirurgias do aparelho digestivo, órgãos associados e parede abdominal: 1.115.360
- Coletas e exames para fins de doação e transplante de órgãos, tecidos e células: 845.986
- Cirurgias do aparelho geniturinário: 716.570
- Cirurgias das vias aéreas superiores, face, cabeça e pescoço: 710.491
- Cirurgias do sistema circulatório: 664.014
- Acompanhamento pré e pós-transplante e intercorrências: 621.394
Analisando os dados, Corpart observa: “A queda no número de procedimentos cirúrgicos anuais realizados no Brasil começou no primeiro trimestre de 2020 e atingiu seu auge um ano depois, em 2021. A recuperação começou no segundo trimestre do mesmo ano, mas os volumes de procedimentos só se estabilizaram em níveis comparáveis aos da pré-pandemia no segundo trimestre de 2022. Esse movimento é observado principalmente no número de intervenções coronarianas, que caiu 39% entre 2020 e 2021 e retornou aos níveis pré-pandêmicos em 2022. Verifica-se uma tendência semelhante nos demais países da região, embora ela seja mais perceptível no Brasil em razão do tamanho do país e do número de procedimentos realizados”.
Em contrapartida, nesse mesmo período houve uma redução na demanda de equipamentos e dispositivos médicos relacionados ao tratamento da Covid-19, sobretudo de equipamentos usados na ventilação de pacientes. Nesse caso, as vendas de ventiladores registraram uma queda acentuada de 85% em 2022, depois de terem crescido mais de 7 vezes entre 2020 e 2021. Essa redução é explicada pelo controle da pandemia graças à vacinação e à menor virulência das novas variantes.
Em suma, “esse é um bom sinal, pois os dados mencionados indicam que voltamos a ter um equilíbrio no sistema de saúde, o que, por sua vez, tem levado ao crescimento do mercado”, ressalta Corpart. Somado a isso, o quarto trimestre de 2022 registrou um aumento de 2,4% nas compras de aparelhos e equipamentos médicos no Brasil, que, por todas as razões expostas, desponta como um dos mercados mais atrativos da região em termos de tamanho e crescimento.
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